sexta-feira, 2 de julho de 2010

Na trilha de Hermes


"Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre, os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento, se abrirão completamente. Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para enchê-los de sabedoria.
Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento..."
Claro que não são palavras minhas. Quem dera...até porque se fossem minhas, seria sinal de que eu não poderia estar habitando essa dimensão em que vivemos. São ditas por mestres, “entes de cima” e transmitidas pela Tradição Hermética, que são princípios básicos que regem todas as coisas manifestadas. Coisa de gente grande, não de pequenos ainda como nós.

Tenho ultimamente, e humildemente confesso, me sentido apaixonada por esses princípios; porque tenho tempo para isso, muito tempo... e durante uns bons anos eles vêm martelando meus dias, como se me obrigassem a pensar cada vez mais e trazê-los para minha vida, meu dia a dia. Essa eternidade que é o meu tempo, me faz responsável por alguma coisa e acho que realmente nasci para isso, não sei se tarde, mas passei muito tempo fazendo coisas e não terminando, me preocupando em transmitir coisas que não tem importância aos olhos dos outros, fazendo-me sentir um peixe fora d’água. Não havia compreendido ainda que esse preceito maravilhoso estaria se aplicando na rotina de tudo que me rodeava...minha juventude (sim, porque infância parece um período de congelamento necessário para esquecermos quem fomos em outra vida), minha idade madura, meu casamento, meus filhos (que acabaram de sair do degelo mesmo pertencendo cronologicamente à idade adulta) e daqui para frente, minha velhice, que pretendo seja muito consciente e prodigiosa intelectualmente. Me confesso culpada pelo atraso de meus filhos, pois eles são o retrato do meu apego à esse tempo que demorava a passar e que eu conservava no freezer do meu coração embora não percebesse; necessidade que se mostrou atrasada pela cegueira do meu espírito ainda congelado também...

Mas agora os tempos são outros!! Consegui coragem para reconhecê-los e como num momento de prontidão para a alfabetização, aquilo me surge de forma clara e encaixada no quebra cabeças desse meu caminho aqui. A diferença é que compreendo que não adianta querer partilhar com ninguém; a coisa vem quando tem que vir. Tento jogar as sementes e se o solo está fértil, elas germinam. Se não, paciência...tudo a seu tempo, até porque minha verdade não é a dos outros. Como eu poderia entender isso se não aplicava a mim mesmo? Meus próprios ouvidos eram moucos.
Coisas dessa segunda virada de Saturno a qual estou exposta.....