sábado, 10 de abril de 2010

Palavras...

Penso que palavras envenenadas proferidas por nós, retornam ao nossso corpo materializadas em alguma coisa. Algumas pessoas não conseguem fazer frases sem elas e por isso tb não conseguem mais sorrir.

Acho que o primeiro sintoma desse retorno é realmente no rosto, na voz, na face... O veneno vai deixando marcas profundas, alterando a expressão, craquelando a pele, fazendo os lábios ficarem duros, os dentes trincados, a lingua trincada... O pior é que , como toda doença crônica, não há mais o que fazer pela cura, só aliviar com paliativos, com possíveis rezas, máscaras sociais travestidas de risadas altas, falas eufóricas, ou até mansas e mal proferidas, baixas, por medo de que a própria consciência as denuncie. A alma já está corrompida. Isso não tem volta, infelizmente. O prazer em usá-las é maior, age como estimulante do dia que amanhece, é combustível para todo o labor que virá pela frente.

Tais individuos com inteligência e poder nas mãos transformam-se em ditadores tiranos. Se não os tem, sentem-se inferiorizados e continuam a atirá-las indiscriminadamente para todos os lados. Ao mesmo tempo, tal qual um mártir, chicoteiam-se em penitência e as rugas aparecem como marcas do açoite, o sorriso some e a beleza se extingue.

Um antídoto para quem é o objeto delas? É muito dificil...mas cada um deve encontrar seu modo de se proteger. Sim, porque as vezes ao poder de uma fragilidade, o objeto se deixa invadir pela decepção e responde na tentativa de se defender. É a chance!!! Ilusão... alimento, isca... e o jogo é perdido.
O melhor é ocupar-se de coisas mais importantes; tentar a blindagem, continuar a vida. Afinal, os cremes anti-rugas não fazem milagres.

Para o espirito, só o tempo traz sabedoria.

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